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#superbacana_visita Anish Kapoor – Inflamação

#superbacana_visita
Anish Kapoor – Inflamação, na Casa Bradesco

Ontem, a Superbacana+ foi visitar a Casa Bradesco, o mais novo espaço dedicado à arte e à cultura na cidade de São Paulo, que recebe uma exposição inédita de Anish Kapoor. Localizada na Cidade Matarazzo, a Casa Bradesco busca democratizar o acesso aos mais diversos tipos de arte e manifestações culturais, sendo lugar para se viver novas experiências. Inflamação, individual de Anish Kapoor que abre dia 15 de setembro para o público e permanece em cartaz até janeiro, convida o público a explorar 18 esculturas representativas de diferentes momentos da carreira do artista, bem como a obra ‘site-specific’ Blinded by Eyes, Butchered by Birth — um inflável de grandes proporções que tensiona o edifício por todos os seus cantos.

Com quatro mil metros quadrados de área expositiva e curadoria de Marcello Dantas, a mostra oferece um olhar profundo sobre as criações do artista hindu-britânico conhecido por explorar a relação espacial entre o objeto artístico e o espectador através de cores e reflexos. Tanto que, para essa exposição, Anish Kapoor ajudou a definir várias características do espaço expositivo, desafiando a arquitetura do local para expandir as possibilidades de significado.
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Fotos de Tuca Reinés na Serra da Mantiqueira.

Fotos de Tuca Reinés na Serra da Mantiqueira.

#superbacana_veneza #superbacana_visita Sandra G

#superbacana_veneza #superbacana_visita Sandra Gamarra Heshiki – Pinacoteca Migrante, no Pavilhão da Espanha

O Pavilhão da Espanha, no Giardini, remonta à década de 1920, o que confirma sua longa história na Bienal de Veneza. Neste ano, no entanto, foi a primeira vez que uma artista estrangeira foi escolhida para representar o país. A peruana Sandra Gamarra Heshiki, nascida em Lima, vive há muito tempo em Madri, onde investiga suas origens e as várias noções de pertencimento — tema central de ‘Stanieri ovunque’: ‘Quando estou em Lima, me sinto europeia, mas me sinto menos europeia quando estou aqui em Madri.’ Essa ideia deu origem à ‘Pinacoteca Migrante’, um museu imaginário com pinturas e esculturas que se baseiam em trabalhos e objetos expostos nos museus espanhóis, transferidos e transformados em novas obras que refletem os legados da opressão colonial. Seu objetivo é dramatizar o impacto distorcido e desumanizador que a Espanha teve em suas colônias, mas seu olhar pictórico forja uma obra de arte original e atraente.

A relação da artista com as pinturas acadêmicas dos museus europeus começou ainda na infância, no Peru, onde conhecia os museus e as obras apenas por meio de livros. Para Agustin Perez-Rubios, curador do pavilhão, Gamarra tomou a cópia como uma ferramenta de empoderamento, ao mesmo tempo em que ecoa as preocupações globais do século XXI, em eterno diálogo com os territórios invadidos e seus invasores. Nesse sentido, a própria artista pode se considerar uma invasora.
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Que alegria comemorar mais uma volta ao Sol da Jul

Que alegria comemorar mais uma volta ao Sol da Julia! Ela que, como virginiana nata, ajuda a materializar os sonhos e vontades da Superbacana+. A Julia é parte essencial da Super e seu aniversário é também uma celebração de tudo que construímos juntos. Viva Julia ✨🎈

#superbacana_veneza #superbacana_visita Anna Mari

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Anna Maria Maiolino, no Arsenale

Esta é a primeira vez que a artista italiana radicada no Brasil, Anna Maria Maiolino, é apresentada na Bienal de Veneza, onde também foi condecorada com o Leão de Ouro pelo Conjunto da Obra. Para a ocasião, ela apresenta um projeto site-specific no galpão Casetta Scaffali, localizado no Giardino delle Vergini. A instalação de grande escala dá continuidade à série ‘Terra Modelada’, em andamento desde 1993, e inclui, além das esculturas, obras em vídeo e paisagens sonoras, que destacam sua busca por raízes, um tema tão simbólico da obra da artista. O trabalho em argila ressalta as qualidades primordiais, orgânicas, elásticas e agradáveis ao toque do material, enfatizando o gesto manual e a repetição na persistente modelagem de numerosas esculturas pequenas, que são tanto similares quanto diferentes, mantendo a obra como inacabada, em eterno desenvolvimento e sujeita à ação transformadora da natureza e ao ciclo natural da argila.

A artista também é apresentada no Núcleo Histórico da Bienal com a obra ‘Ano 1942’ (1973). Parte da série ‘Mapas Mentais’, o trabalho aborda a própria experiência de migração da artista através de reconstruções do mapa da Itália. No entanto, este é o único mapa da série que é completamente queimado. O ato evoca o bombardeio sem precedentes da Itália pelas forças aliadas em 1942 — ano de nascimento da artista — e expressa seu senso abstrato de alienação em relação ao seu país de origem.
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Pavilhão da Itália, no Arsenale

O Pavilhão da Itália na 60ª Bienal de Veneza é, em meio a uma cacofonia visual, uma pausa, espaço de descanso, contemplação e introspecção. ‘Due Qui/To Hear’ uma exposição construída por vazios em torno de experiências acústicas e pontos de encontro, instigando à relatividade do som. Os visitantes entram por uma sala quase vazia, contendo apenas uma instalação com uma pequena escultura de Bodhisattva — figura budista que prefere o pensamento à ação — com um zumbido ecoando ao fundo, criando a sensação de tempo congelado. Na sala central, um grande andaime de tubos foi transformado em um órgão tocando uma melodia composta por Caterina Barbieri e Kali Malone. Os visitantes podem caminhar e sentar-se em um banco circular. No centro, há uma piscina onde uma onda sobe e desce constantemente, estimulando uma forma de meditação, até mesmo um estado de transe.

O ato de ouvir e escutar continua no jardim ao ar livre, último dos três espaços. Um coro para três vozes, sinos e um vibrafone é composto por um dos mestres da música e pesquisa minimalistas, Gavin Bryars. Inspirado no texto do poeta argentino Roberto Juarroz seguindo uma relação osmótica entre o eu e o outro, ele é acompanhado pelas palavras de uma ilustradora infantil e de um poeta. O pavilhão é, no fim, um belo convite para ouvir e ouvir uns aos outros. Para o curador Massimo Bartolini, ‘é somente assim que o outro pode ressoar dentro de nós e, assim, iluminar as cavernas escuras, ajudando-nos a perceber que não estamos sozinhos’.
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Dalton Paula – Retratos de corpo inteiro, 2023-24, no Arsenale

O brasileiro Dalton Paula apresenta seu trabalho pela primeira vez na Bienal de Veneza com a série ‘Retratos de corpo inteiro’. Composta por dezesseis pinturas, a série retoma a pesquisa que o artista vem desenvolvendo desde a exposição ‘Histórias Afro-Atlânticas’, que aconteceu em 2018 no Masp. Nessas obras, ele retrata figuras afro-descendentes históricas na luta e resistência contra a escravidão no Brasil — como Chico Rei, Zeferina e Ventura Mina, entre outros. Para ele, esses retratos são processos de cura de uma enfermidade cruel: o apagamento de personagens negros. A construção dos retratos parte de dois caminhos: de um lado, ele estuda a vida e origem dos retratados buscando as características ideológicas e referências para as vestimentas e os penteados; do outro, as referências físicas, sabedorias e heranças comportamentais de quilombos pelo país.

Pintados na forma de dípticos — telas bipartidas —, os retratos trazem a pincela estilística de Dalton que evoca funciona metáfora para unir memórias e histórias, trazendo à tona a beleza, dignidade e nobreza às personagens. Essa composição estabelece um diálogo entre paisagem e fundo, apresentando uma relação quase monocromática entre eles, e faz referência às estruturas cenográficas dos estúdios fotográficos do final do século XIX e início do século XX. Objetos igualmente cenográficos – incluindo copos, pedras, cadeiras, bandeiras, colunas, cortinas, escadas e cetros – são inseridos nesta nova série de forma crítica e simbólica, evidenciando as possíveis relações entre imagem, memória e poder.
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Bouchra Khalili, no Arsenale

Bouchra Khalili trabalha entre a prática e a acadêmia e, de forma multidisciplinar, ela desenvolve estratégias colaborativas com comunidades excluídas do reconhecimento de cidadania. Para a 60ª Bienal de Veneza, a artista franco-marroquina apresenta duas instalações: 'The Constallations Series', de 2011, e o trabalho inédito 'See-Drift' (2024).

O primeiro é o capítulo final de 'The Mapping Journey Project', mais conhecido trabalho de Khalilil, que traz as histórias de oito pessoas forçados pelas circunstâncias políticas e econômicas a viajar ilegalmente e cruzar o Mediterrâneo. Em uma série de videoinstalações, cada pessoa narra a sua trajetória traçando-a sobre um mapa geopolítico da região, mantendo seus rostos invisíveis. Junto aos vídeos, essas histórias se tranformam em serigrafias infográficas que se organizam como constelações de estrelas. Em 'See-Drift', essas mesmas trajetórias marítimas transbordam e se tornam grandes bordados em tecido natural em um azul profundo. De forma límpida e meticulosa, sem sentimentalismo e com uma plasticidade ímpar, Khalili convida os espectadores a se projetarem ativamente na constelação para imaginar coletivamente outras maneiras de pertencer.
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Con i miei occhi, no Pavilhão da Santa Sé

O Pavilhão da Santa Sé [Holy See Pavilion] — representação do Vaticano na Bienal de Veneza — é um dos grandes destaques da edição deste ano. Isso porque o pavilhão, alinhando-se ao tema central da mostra, direcionou o foco para os direitos humanos e a população marginalizada. Intitulada ‘Con i miei occhi’ [Com meus olhos], a exposição coletiva acontece dentro da Casa de Detenção Feminina de Veneza-Giudecca, uma prisão feminina que está em funcionamento. Dessa forma, a visita ao pavilhão torna-se uma experiência única e extremamente comovente. Com regras estritas de segurança — o que significa a entrada sem celulares e a impossibilidade de fotografar —, os visitantes são convidados a mergulhar em uma vivência que coloca a arte como um meio para expressão e conexão humana. Tanto que os artistas de várias origens e sem distinção de fé se reúnem para testemunhar uma mensagem de inclusão, trabalhando em estreita colaboração com as internas.

Entre os oito artistas selecionados pelos curadores Chiara Parisi e Bruno Racine encontra-se a brasileira Sonia Gomes. Ela apresenta a instalação ‘Sinfonia das Cores, 34 acordes’, com 34 longos fios esculturais feitos de tecidos antigos, transformados e submetidos a bordados e torções. Há uma relação com a memória e arquitetura do lugar, quase como se desse voz àquelas que lá vivem.

Além da brasileira, o destaque é o filme de doze minutos do cineasta Marco Perego, estrelado por sua esposa Zoe Saldana. A cena inicial de 'Dovecote' mostra um homem uniformizado enquanto ele dirige uma lancha por uma manhã em Veneza. A cidade é retratada com sua bela arquitetura e um limpo céu azul. O filme então muda para preto e branco conforme a ação se move para dentro da prisão feminina, contrastando a beleza da cidade com o silêncio angustiante do local. Questionando a ideia de liberdade, o filme mostra em uma detenta que será libertada naquele dia e cujas companheiras são interpretadas pelas mulheres presar no local.
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Stills: @pirateyadimar
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#superbacana_veneza #superbacana_visita Dana Awart

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Dana Awartani – Come, Let Me Heal Your Wounds. Let Me Mend Your Broken Bones, 2024, no Arsenale

A instalação concebida por Dana Awartani para o espaço do Arsenale na 60ª Bienal de Veneza é uma espécie de réquiem, uma prece aos locais históricos e culturais dos territórios árabes. Destruídos por conta das muitas guerras e conflitos terroristas que enfrentam, esses lugares aparecem de forma metonímica nos tecidos que compõem a obra; em constante processo de expansão, a instalação aglutina elementos e atualiza-se com o tempo. Para a edição da Bienal, a artista enfatiza o genocídio em curso em Gaza e a devastação das terras palestinas arrasados por bombardeios diários. Em longos metros de seda, a artista rasga buracos que serão cerzidos como um ritual de cura. Marcada por cicatrizes, a seda é tingida naturalmente por um corante à base de ervas e especiarias que têm valor medicinal, dialogando com as propriedades curativas sagradas incorporadas nas práticas tradicionais de tingimento têxtil do mundo árabe e Índia.
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A 60ª edição da Bienal de Veneza, com curadoria geral de Adriano Pedrosa, diretor artístico do Masp, foi aberta ao público em abril e a Superbacana+ não poderia deixar de visitar. Passado o frenesi da abertura, a grande mostra, intitulada Stanieri Ovunque [Foreigners Everywhere], traz nomes importantes da arte brasileira para o centro da discussão contemporânea.
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